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Opioides – Anestesia é o Básico #9

Olá pessoal, tudo bem! Nessa aula da webserie Anestesia é o Básico vamos conversar sobre a o uso de “Opioides”, seguindo esse módulo de Dor e Analgesia. Os opioides compõe um dos grupos mais potentes na terapia da dor, tanto na medicina quanto na veterinária. A morfina é considerada o opioide “padrão-ouro”, a qual vem sendo utilizada há mais de 4000 anos.

Atualmente nós temos diversos opioides, os quais atuam de modos diferentes nos receptores Mu (µ), Kappa (k) e Delta (δ). Eles estão localizados em maior concentração no SNC, mas também estão presentes em diversos órgãos do corpo, principalmente em situações de dor. Esses receptores diferem entre si pelo efeito desencadeado, atuando especialmente na dor, comportamento (sedação e euforia) e nos sistemas gastrintestinal e cardiovascular.

Os opioides atuam de modo diferente nesses receptores. Os opioides agonistas totais têm alta afinidade e atividade aos receptores µ, k e δ. Os principais representantes são a morfina, meperidina, metadona, fentanil, alfentanil e remifentanil. Os agonistas parciais têm afinidade e atividade relativa a algum receptor. Nesse grupo temos a buprenorfina e tramadol. Os agonistas-antagonistas atuam em um receptor e antagonismo a outro, tendo o butorfanol e a nalbufina como principais representantes. Os antagonistas têm afinidade aos receptores opioides mas nenhuma atividade intrínseca. Aqui, tem-se a naloxona e naltrexona.

A analgesia é o principal efeito que nós buscamos quando pensamos em usar um opioide. Os agonistas totais tentem a promover maior analgesia que os opioides parciais ou agonistas-antagonistas. O efeito sedativo também é interessante, principalmente em pacientes que serão submetidos à anestesia. Porém, os opioides podem promover euforia em algumas espécies, de acordo com a dose e via.

O impacto nos sistemas cardiovascular e pulmonar é discreto, mas deve-se evitar o uso de morfina ou meperidina por via IV, pois há risco de hipotensão. Os efeitos no sistema gastrintestinal são evidentes; alguns opioides promovem êmese (cães e gatos) e hipomotilidade. Um efeito bastante discutido é a possível imunossupressão. Os estudos comprovam esse efeito, outros não, a depender do opioide, do uso e espécie. Por isso, atualmente tem sido muito discutido o uso de protocolos anestésicos “opioid-free”. Isso deve ser melhor estudado.

Para entender melhor a ação de cada opioide, em cada especie, assista o vídeo e consulte as referências abaixo!


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Pra ler depois:
Carregaro et al. Effect of methadone combined with acepromazine or detomidine on sedation and dissociative anesthesia in healthy horses. J Eq. Vet Sci, 86: 102908, 2020.
Carregaro AB, Luna SPL. Opioides. In: Luna SPL, Carregaro AB. Anestesia e Analgesia em Equídeos, Ruminantes e Suínos. Ed MedVet. 1a ed. 2019, 149-172.
Clutton RE. Opioid analgesia in horses. Vet Clin North Am Eq Pract. 26:493-514, 2010.
Kukanich B, Wiese AJ. Opioids. In: Grimm KA et al. Lumb and Jones Veterinary Anesthesia and Analgesia. 5th ed. 2015, 207-226.
Simon BT, Steagall PV. The present and future of opioid analgesics in small animal practice. J Vet Pharmacol Ther, 40:315-326, 2017.
Wagner AE. Opioides. In: Gaynor JS, Muir WW. Manual de Controle da Dor em Medicina Veterinária. Ed MedVet. 2a ed. 2009, 163-182.


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