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Anti-inflamatórios – Anestesia é o Básico #8

Olá pessoal, tudo bem? Nessa aula da webserie Anestesia é o Básico vamos conversar sobre a o uso de “Anti-inflamatórios não esteroides”. Se você não viu a video-aula sobre Fisiopatologia da Dor, recomendo assistir antes ok?

Certamente os AINES formam um dos grupos mais utilizados na terapia analgésica, tanto na medicina quanto na veterinária. Isso ocorre porque eles são ótimos analgésicos para dores leves à moderadas, podem ser administrados por via oral e são facilmente adquiridos, uma vez que não precisamos de receituário específico.

Nós temos que lembrar que a inflamação é um processo natural e importante para a defesa do organismo. O problema é quando esse processo torna-se muito intenso, gerando inflamação exacerbada e dor. Daí a necessidade dos AINES. Esse grupo atua bloqueando a enzima cicloxigenase (COX), a qual transforma o ácido araquidônico em eicosanoides (PGEs, PGI e TBX). O organismo produz 2 tipos de COX: a COX-1, considerada constitutiva, e a COX-2, considerada induzível, e então formada em grandes quantidades em casos de inflamação.

Porém, atualmente sabe-se que a COX-2 também participa da proteção fisiológica, principalmente na irrigação renal. Diante disso, o ideal é utilizarmos AINES que inibam mais COX-2 do que COX-1, mas temos que lembrar que a inibição total de COX-2 também é prejudicial. Os efeitos indesejáveis mais comuns no uso de AINES são os gastrintestinais, renais e distúrbios de coagulação. São verificados principalmente gastrite, úlcera gástrica, melena, hematoemese, aumento de creatinina e aumento do tempo de coagulação sanguínea.

Os AINES são classificados em inespecíficos, em que não há preferência de bloqueio COX-2 (sendo até mais para COX-1); os preferenciais, em que as COX-2 são mais bloqueadas que as COX-1; e os seletivos, também chamados de “coxibes”, em que há muito mais afinidade ao bloqueio COX-2 que COX-1. Os AINES inespecíficos estão sendo cada vez menos utilizados, uma vez que causam efeitos indesejáveis com mais frequência. Os principais são o Flunixim Meglumine, Fenilbutazona e Cetoprofeno. O Meloxicam e Carprofeno representam os AINES preferencialmente COX-2 e podem ser utilizados tanto no tratamento da dor aguda quanto crônica com relativa segurança. Os coxibes mais utilizados na veterinária são o Firocoxibe (cães e equinos), Robenacoxibe (cães e gatos) e Mavacoxibe (cães).



Ainda temos a dipirona e o paracetamol, os quais são inespecíficos, mas com pouco efeito periférico. Assim, promovem efeito analgésico e antipirético mas pouco anti-inflamatório. São mais utilizados como adjuvantes analgésicos.



Quem saber mais sobre isso? Veja o vídeo!


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– Autefage A et al. Long-term efficacy and safety of firocoxib in the treatment of dogs with osteoarthritis. Vet Rec.; 168:617, 2011.
– Budsberg SC. Drogas anti-inflamatórias não esteroides. In: Gaynor JS, Muir WW. Manual de Controle da Dor em Medicina Veterinária. Ed MedVet. 2ª ed. 2009, 183-209.
– Cook VL et al. Effect of firocoxib or flunixin meglumine on recovery of ischemic-injured equine jejunum. AVJR, 70:992-1000, 2009.
– Luna SPL, Carregaro AB. Anti-inflamatórios. In: Luna SPL, Carregaro AB. Anestesia e Analgesia em Equídeos, Ruminantes e Suínos. Ed MedVet. 1a ed. 2019, 99-148.
– Luna et al. Evaluation of adverse effects of long-term oral administration of carprofen, etodolac, flunixin meglumine, ketoprofen, and meloxicam in dogs. AJVR, 68:258-264, 2007.


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4 thoughts on “Anti-inflamatórios – Anestesia é o Básico #8

  • Flavio Massone

    Aulas excelentes que enobrecem a nobre arte da anestesia ainda mais numa época de pandemia.
    Creio que todos deveriam arquivar estas aulas que valem ouro dadas com esmero pelo apresentador o dr Adriano numa didática clara e descontraída.

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  • Aline G. Santos

    Boa tarde prof. Adriano! Como vai? Parabéns pelas aulas! Excelentes! Obrigada por compartilhar conosco seus conhecimentos! Estou com algumas dúvidas em relação as vias de administração do meloxicam em cães e gatos: a administração também é feita IM? Se não, por qual motivo? Na tabela apresentada na aula, não tem referência para a aplicação IM… Só para confirmar mesmo! Gratidão!

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    • Oi Aline, tudo bem? Obrigado pela lembrança! Na verdade, era para ter saído “IM” ao invés de “IV” lá na tabela de AINES (momento 15:56″). Ambas as vias podem ser utilizadas em pequenos animais mas, preferencialmente, uso a IM. A absorção e distribuição pela via IM é rápida, ao redor de 1 hora. Então, é melhor fazer por essa via para diminuir possíveis efeitos indesejáveis (ainda que sejam menos frequentes que os AINES não seletivos). Abraços!

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