Anestesia Dissociativa – Anestesia é o Básico #11
Olá tripulantes do NAVE, tudo bem? Nessa video-aula da webserie Anestesia é o Básico vamos conversar um pouco sobre “Anestesia Dissociativa”. Essa modalidade anestésica é uma das mais versáteis da Anestesiologia Veterinária, principalmente se compararmos com a anestesia geral. Isso porque ela pode ser administrada por via intramuscular, promove analgesia e tem ampla margem de segurança. Os representantes desse grupo são a cetamina, a cetamina S(+) e a tiletamina.
Os anestésicos dissociativos atuam principalmente no bloqueio dos receptores NMDA, gerando depressão da região neocortical do cérebro, inibindo o SNC. Porém, eles também bloqueiam a recaptação de catecolaminas. Então, os bloqueios dos receptores NMDA e da recaptação de serotonina estimulam o sistema límbico. Isso faz com que o animal esteja em anestesia, mas não em hipnose, sendo a característica principal da anestesia dissociativa. Outros dois mecanismos de ação dos dissociativos são o bloqueio nos receptores opioides e dos receptores muscarínicos. A atuação nos receptores NMDA e opioides promovem analgesia, principalmente somática.
Em relação ao SNC, há aumento do fluxo sanguíneo cerebral e vasodilatação, culminando em aumento da pressão intracraniana. O aumento da PIC pode favorecer convulsão em pacientes pré-dispostos, mas não em pacientes sem histórico convulsivo. Uma característica importante é a manutenção dos reflexos protetores, como palpebral e laringotraqueal.
No sistema cardiovascular percebe-se taquicardia e hipertensão, o que seria bom em pacientes desidratados e hipovolêmicos, mas péssimo para cardiopatas. Há pouca alteração no padrão respiratório. Um ponto importante dos dissociativos é a rigidez muscular. Assim, obrigatoriamente esses anestésicos devem ser associados com um miorrelaxante; geralmente alfa-2 ou benzodiazepínico. No caso, os efeitos fisiológicos serão influenciados pela associação escolhida.
Os anestésicos dissociativos podem ser utilizados como base da anestesia. Assim, manteremos o paciente em anestesia dissociativa. Essa modalidade permite procedimentos ambulatoriais e superficiais, mas não viabiliza cirurgias cavitárias ou ortopédicas. Eles também podem ser utilizados como agentes de indução, para posteriormente mantermos o animal em anestesia geral. Por fim, doses menores que as anestésicas são utilizadas para contenção química.
Veja o vídeo para mais detalhes!
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Pra ler depois
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Muito didático. Obrigada Prof. e todo o NAVE!
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