Adjuvantes Analgésicos – Anestesia é o Básico #10

Olá tripulantes do NAVE, tudo bem? Esta video-aula sobre “Adjuvantes Analgésicos” é a quarta de uma sequência sobre “Dor e Analgesia”, parte da webserie “Anestesia é o Básico”. Os adjuvantes atuam nas mais diferentes funções, que agregam analgesia ao tratamento analgésico, geralmente baseado em AINES e opioides. Entretanto, devemos entender quais substâncias realmente agregam analgesia na terapia antálgica, inclusive sabendo aonde cada um atual. Esses medicamentos geralmente são administrados sob regime de infusão contínua ou por via oral.

Adjuvantes por Infusão Contínua

As infusões contínuas (Constant Rate Infusion – CRI) são excelentes opções para a dor aguda, principalmente no trans e pós imediato. Geralmente são utilizadas associações de medicamentos, com dois ou mais adjuvantes.

Lidocaína: A lidocaína vem sendo um dos medicamentos mais utilizados na CRI durante anestesia. Ela atua inibindo as fases de transdução, transmissão e modulação. Se pensarmos que ela também promove sedação, então atua em todas as fases da dor. A analgesia é muito interessante, tanto visceral como somática, além de aumentar motilidade intestinal, o que é interessante em equinos. A CRI de lidocaína também é muito utilizada em cães, mas deve ser evitada em gatos pois essa infusão promove intensa depressão cardiovascular.
Cetamina: A cetamina também é utilizada como adjuvante, sendo administrada por CRI. Basicamente atua no antagonismo de receptores NMDA, na fase de modulação.
Alfa-2 agonistas: O efeito analgésico desse grupo, por CRI, se dá principalmente nas fases de modulação e percepção. São excelentes opções em equinos, com doses estabelecidas de xilazina, romifidina, detomidina e dexmedetomidina. Em cães e gatos é mais frequente o uso da dexmedetomidina.

Gabapentina

A gabapentina é um anticonvulsivante que, em doses mais baixas, atua bem na dor crônica, na fase de modulação. Uma característica importante desse medicamento é a demora para acertarmos uma dose efetiva, que não promova efeitos indesejáveis; isso pode durar dias. Assim, é importante começar a terapia com doses baixas e irmos titulando-a, até encontrarmos o melhor para cada caso.

Amitriptilina

A amitriptilina é um antidepressivo que também tem bom efeito adjuvante na dor crônica, na fase de modulação. Geralmente é utilizada como segunda escolha, quando a gabapentina não é eficaz. A amitriptilina pode demorar semanas até começar a ter efeito analgésico. Do mesmo modo, precisamos titular a dose até encontrar a mais adequada. Um fato importante é que ela atua na recaptação de serotonina. Assim, deve-se evitar o uso deste medicamento associado ao tramadol, meperidina e fentanilas, todos medicamentos que também atuam de modo semelhante. Nesses casos pode ocorrer a “síndrome serotoninérgica”.

Amantadina

Esse medicamento atua na fase de modulação da dor. Ainda há poucos estudos que comprovem o efeito da amantadina. Verifica-se que ela tem ação adjuvante apenas após 4 semanas do início do tratamento. Como ela também atua na inibição da recaptação de serotonina, devemos tomar o mesmo cuidado que a amitriptilina na associação com alguns opioides.

Veja o vídeo para mais detalhes!

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Leia Também

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Para ler depois:
– Anais do XIV Encontro Bras Anest Veterinária. Foz do Iguaçu, 2019.
– Gozalo-Marcilla et al. Partial intravenous anaesthesia in the horse, Part 2. Vet Anaesth Analg, 42:1-16, 2015.
– Moore SA. Managing neuropathic pain in dogs. Front Vet Sci 3:12, 2016.
– Moreno JCD, Vilani RG. Fármacos adjuvantes no tratamento da dor em grandes animais. In: Luna SPL, Carregaro AB. Anestesia e Analgesia em Equídeos, Ruminantes e Suínos. Ed MedVet. 1a ed. 2019, 173-189.
– Pypendop BH, Ilkin JE. Assessment of the hemodynamic effects of lidocaine IV in isoflurane-anestehtized cats. AJVR, 66:661-668, 2005.
– Ruel HLM, Steagall PV. Adjuvant analgesics in acute pain management. Vet Clin Small Anim, 49:1127-1141, 2019.

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