Fisiopatologia da Dor – Anestesia é o Básico #7
Olá tripulantes do NAVE, tudo bem? Nessa videoaula da webserie “Anestesia é o Básico” vamos conversar um pouco sobre a Fisiopatologia da Dor.
A dor é uma das piores sensações que existe. A anestesia em si tem a função primordial de evitar que o paciente sofra dor durante a cirurgia. Porém, ainda que seja óbvio evitar dor, reconhecê-la ainda é um desafio, considerando-se as diferenças entre espécies, raças e mesmo indivíduos. Para que seja possível entender como a dor funciona, precisamos entender primeiro o processo doloroso. A dor fisiológica é importante para a proteção do indivíduo frente a situações potencialmente lesivas. Outra função importante é o aprendizado, pois o indivíduo tende a evitar situações potencialmente lesivas que ele mesmo passou em um primeiro momento.
É preciso lembrar que o estímulo periférico segue um caminho, desde a periferia até o cérebro. Após o estímulo, há a fase de Transdução, que transforma o estímulo elétrico, pressórico ou químico em elétrico. Eles são carreados por três tipos de fibras, chamadas aferentes: As fibras Abeta, que são formadas por mecanorreceptores, levam estímulo de tato e pressão para o SNC; as fibras Adelta e C, que possuem nociceptores, carreiam estímulos álgicos (térmico, mecânico ou químico). Essa fase é chamada de Transmissão. Na medula espinhal ocorre a fase de Modulação, em que o estímulo pode ser exacerbado ou suprimido, a depender da situação. Por fim, temos a fase de Percepção, com o reconhecimento do estímulo pelo cérebro.
A dor, quando não tratada, sensibiliza todo esse processo. Assim, caso haja excesso de estímulo, como em casos de inflamação por exemplo, o limiar de excitabilidade das fibras Adelta e C diminui, culminando num efeito chamado de Hiperalgesia. Esse processo sofre retroalimentação e, em um dado momento, pode fazer com que as fibras Abeta, que não carreavam estímulo doloroso, começam a fazê-lo. Nesse caso tem-se a Alodinia.
A dor pode ser considerada aguda, subaguda ou crônica, a depender da duração. Obviamente é muito mais fácil tratar a dor aguda que a crônica; por isso a necessidade de se realizar um tratamento efetivo o quanto antes. Também podemos diferenciar a dor em somática (ocorre na periferia) e visceral (nas cavidades). Ainda temos a dor neuropática, que está intimamente relacionada à dor crônica.
Para o reconhecimento da dor, atualmente temos escalas que nos auxiliam nisso. A mais fácil é a Escala Analógica Visual, a qual pode ser utilizada em várias situações. Entretanto, ela é pouco específica para uma dada espécie. Nesse caso, temos outras escalas, específicas para cada uma delas. Praticamente todas essas escalas são baseadas em alterações comportamentais e as de expressão facial tem ganhado bastante destaque recentemente.
A terapia analgésica básica pode ser dividida na utilizadas para dor Leve, Moderada e Intensa e os principais grupos farmacológicos utilizados são os anti-inflamatórios não esteroides, os opioides (parciais e agonistas totais) e os adjuvantes.
Veja o vídeo para mais detalhes!
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- Bussières para dor ortopédica em equinos (Res Vet Sci, 85:294-306, 2008)
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- Dalla Costa – escala facial para dor aguda em equinos (Plos One 9:e92281, 2014)
- McLennan – escala facial para dor em ruminantes (Appl An Behav Sci, 176:19-26, 2016)
- Keating – Escala facial para dor em coelhos (Plos One, 7:e44437, 2012)
- Sotocinal – Escala facial para dor em ratos (Nature Met, 7:447-452, 2010)
Refs
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